quarta-feira, 24 de março de 2010

ÉFESO - PISANDO EM SOLO SAGRADO



Estava aflito para ver as ruínas da cidade de Éfeso. De acordo com o Livro da Lei Cristã, vários personagens sagrados pisaram aquele solo. João, o Evangelista, nasceu em Éfeso e, logo após ascensão de Jesus ao céu, retornou a cidade com Maria, mãe do Cristo, para um longo exílio. Foi lá também que ele escreveu um dos livros mais intrigantes da Bíblia Sagrada: o Apocalípse. Por lá também passou o Apóstolo Paulo, pregando as Palavra do Salvador. Era o início da Era Cristã.



Antes das ruínas, visitamos a casa de Maria, que fica no alto de uma colina escarpada próximo ao sítio arqueológico. O sagrado está no ar e qualquer um pode senti-lo. O lugar possui uma energia fantástica que acaba levando qualquer um à emoção. A casa é uma réplica e é muito simples, porém, como já disse, pode-se se sentir a serenidade, a calma e a paz. Chorar num lugar desse não é vergonha nehuma.



Descendo a colina, em quinze minutos se chega ao sítio arquelógico que, por sinal, está muito bem conservado. Os prédios públicos, as casas, os templos ainda podem ser visualizados com uma certa facilidade devido à conservação desses monumentos. Muitos deles já estão lá a mais de 5.000 anos!!! Nossa!!!

A fachada da biblioteca e o teatro são os grandes protagonistas. Que sensação ímpar estar caminhando sobre uma parte da história da humanidade!!!



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quarta-feira, 17 de março de 2010

NA DIREÇÃO DE PÉRGAMO

Deixamos a região do estreito de Dardanellos e seguimos mais para o sul, agora margeando a costa do mar Egeu. Ao longe, podia ser ver ilhas que atualmente pertencem a Grécia mas que estão muito perto do território turco. Até hoje percebece um certo incômodo quando esse assunto vem à tona.



Ao longo da costa estão situados vários povoados de veraneio, praticamente desertos no inverno, mas que devem ser agitadíssimos no verão. Uma coisa interessante é o sistema de aquecimento de água das casas nessa região e em quase toda Turquia. Todo sistema é feito através da energia solar, que fica no telhado das casas. Como a região é exposta a terremotos, nada é feito com gás para evitar incêndios.

No final da manhã estavamos subindo a acrópole de Pérgamo. Após ter visitado Tróia, qualquer outra ruína seria bem mais fácil para visualizar uma cidade. Como em toda Turquia, é só parar em uma atração turísticas para os ambulantes turcos atacarem. Apesar da abordagem aparentemente agressiva, tudo acaba bem, principalmente quando se compra alguma coisa.



Pérgamo era uma cidade grega e possuía uma biblioteca de prestígio que perdia em importância apenas para a tão famosa biblioteca de Alexandria. A tradição de Pérgamo foi tamanha que o seu nome batizou o pergaminho. Foi também uma das sete igrejas mencionadas no livro do Apocalipse, na Bíblia. Atualmente a cidade é chamada de Bérgama.

PÉRGAMO

terça-feira, 9 de março de 2010

RUMO À ANATÓLIA

Nossa viagem agora se aprofunda no tempo e na história. Hora de conhecer lugares por onde passaram personagens do mundo profano e do mundo sagrado. Lugares onde foram levantados inumeros templos aos deuses gregos e romanos e por onde também o cristianismo deu os seus primeiros passos como religião. Lugares onde os minaretes das mesquitas adornam a paisagem e faz com que se reflita um pouco mais sobre a tolerância religisa que deve haver entre os povos.

Comandando nossa caravana estava Bilo, um guia turco que fala muito bem o espanhol e que tem espírito de brasileiro. Inteligente e estudioso, passou para a "família" (como ele se referia ao grupo um pouco de conhecimento sobre a história, a religião, a geografia, a arqueologia e os costumes do seu país.

Saímos de Istambul pela manhã, em direção à península de Gallipoli, margeando a costa do mar de Mármara até chegar ao estreito de Dardanelos (canal natural que liga o mar Mármara ao mar Egeu). Lá atravessamos em um ferry boat para a parte asiática da Turquia, conhecida como Anatólia. O tempo estava bom, o mar tranquilo e a temperatura beirava os 5°C. Para "matar" o tempo e o frio, nada melhor que um chá turco e um papo furado sobre futebol com o dono do bar que fica na parte superior da embarcação. Enfim, Chegamos à província de Çanakkale.



Essa região do estreito de Dardanelos foi palco de sangrentas batalhas durante a Primeira Guerra Mundial e ficou conhecida como "Anzac Cove". Foi nesse lugar que forças britânicas, compostas por soldados australianos e neozelandeses (The Australia and New Zealand Army Corps) travaram um intenso combate com as tropas turcas, comandadas por Mustafa Kemal Atatürk.



Em poucas horas estavamos entrando no sítio arqueológico de Tróia. Logo na entrada avistamos uma replica de tamanho original do famoso presente que os gregos ofertaram aos troianos escrito por Homero em seu poema: Odisséia. Acho que todos já ouviram falar de Helena, Paris, Agamenon, Menelau... e claro, do Cavalo de Tróia.

Localizado em Hissarlik, a lendária cidade de Tróia se apresenta como enorme quebra-cabeças. Para poder entender o que estava erguido ali, é necessário um bom guia e muita imaginação. Em 1870 o arqueólogo alemão Heinrich Schliemann escavou a área. As escavações revelaram várias cidades construídas em sucessão a cada outra.

De volta ao ônibus, nos hospedamos em um hotel nas redendezas, a beira do mar de Mármara. No dia seguinte rumamos para a província de Izmir.

TRÓIA

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terça-feira, 2 de março de 2010

CHEGANDO EM ISTAMBUL

Depois de uma conexão gelada em Paris, chegamos a Istambul. Já estava escuro quando o avião sobrevoou a cidade, perdendo completamente a noção espacial do lugar (algo meio frustante para um geógrafo), mas, ao mesmo tempo, aumentando a curiosidade do que estava por vir.

O meu conceito sobre Istambul era de um lugar onde os homens andavam de túnica e chapeuzinho vermelho e as mulheres totalmente coberta com véstias pretas. Engano! A proximidade com o mundo ocidental e a União Européia introduziu a modernidade na sociedade daquele lugar. Pensei em ver camelos pelas ruas mas o que vi foram bondes modernos cortando a cidade, de um lado para o outro.



Ao desembarcar, o primeiro susto foi não conseguir ler absolutamente nada que estava escrito nos letreiros. O turco afirma que as palavras do seu idioma são escrita da mesma forma com que elas são pronunciadas. O problema é que não se entende nada do que se fala, sendo assim, o que está escrito não faz o menor sentido.



Aos poucos os olhos e os ouvidos foram se acostumando com as letras e os sons, até que a guia do nosso receptivo rompeu a barreira do intransponível com um simpático "buenas noches". Seria melhor um "boa noite", mas isso seria pedir demais.
Uma coisa comum a maioria dos turcos é a simpatia, além da arte de negociar. Como gostam de brasileiros! Tudo por causa do futebol, uma paixão que também por lá é nacional.



A mesma simpatia pode ser notada na recepção do hotel. Muito atenciosos e curiosos, executavam o check-in e ensinavam alguma palavras e expressões, como: olá (merhaba), obrigado (teşekkürler), de nada (birşey değil), com licença (affedersiniz). Difícil, não? O mais legal foi que eles queriam aprender algumas palavras em português.

Depois de acomodar as malas no apartamento, era necessário reconhecer o local. Sempre fazemos isso nos lugares por onde vamos. Não conseguimos ir muito longe mas já era possível perceber as diferenças. Saímos na intenção de comer alguma coisa, mas acabamos optando por sanduiche de queijo no bar do hotel. A primeira vista, a comida turca é igual ao idioma deles, ou seja, estranha e indecifrável. Cuidado! Muito picante! Tem coisa que não dá para saber o que é. Na dúvida procure o Mc Donald. Os doces também são aparentemente estranhos. Até que o aspecto não é dos piores, mas são aguados e açucarados ao extremo.



Depois da primeira e rápida aventura de reconhecimento, voltamos ao hotel. No dia seguinte nossa viagem pela Anatólia iria começar e muitas surpresas ainda estavam por vir.