sábado, 7 de maio de 2011

Islamismo, Bin Laden e outras coisas mais

Antes de mais nada, gostaria de deixar bem claro que esta postagem não tem nenhum vínculo político ou religioso, apenas um relato de fatos que não vai em defesa de ninguém.

Quando eu era pequeno tinha um medo danado de homem barbudo que usava turbante. Achava que todos eram vilões e que se o mundo fosse dominado por eles, todos estariamos perdidos (ou degolados). Essa é talvez a visão ocidental em relação aquelas pessoas que vivem na região geográfica do continente asiático chamada Oriente Médio, ou seja, não lembro em nenhum momento da história de quando eles foram os "mocinhos".

Vamos retornar no tempo para uma pequena e simploria análise histórica sobre os barbudos de turbante. De 1096 a 1270, expedições foram formadas sob o comando da Igreja, a fim de recuperar Jerusalém (que se encontrava sob domínio dos turcos seldjúcidas) e reunificar o mundo cristão, dividido com a “Cisma do Oriente”. Essas expedições ficaram conhecidas como Cruzadas. Nesse movimento de suposta libertação, segundo a igreja católica, os puros lutavam contra os impuros para retomar a cidade sagrada. Mas onde está localizada Jerusalém? O que você faria se alguém tentasse invadir a sua casa, mesmo se fosse em nome de Deus? Jerusalém nunca saiu do Oriente Médio, tal qual os mulçumanos. Então por que os barbudos de turbante são sempre os vilões?

No século XX muita coisa aconteceu por aquelas bandas. Surgiu o Estado de Israel no lugar onde era a Palestina e o petróleo passou a ser a maior riqueza produzida na região dos países árabes. Os Estados Unidos assumiram a região direta e indiretamente, apoiando ditadores ou intervindo de forma efetiva, até mesmo com a implantação de bases militares. Aprendi nas aulas de história que onde o colonizador age economicamente, ele leva consigo a imposição da cultura, da língua e, até mesmo, da religião. E aonde ficam os barbudos de turbantes nessa história? O que você faria se o obrigassem a falar um idioma muito diferente dentro do seu no seu próprio país ou professar uma religião totalmente estranha a sua concepção de Deus? Nos filmes americanos sobre o "velho oeste" os índios sempre foram os vilões mas na realidade foram os que mais sofreram na marcha para o oeste norte-americano.

O Osama bin Laden era barbudo e usava turbante... Mas era também um terrorista. Matou muita gente inocente em nome de uma causa que até parecia justa mas só o fato de se utilizar de meios que causam o terror e que matam gente que não tem nada com assunto, faz dele um bandido fanático (ou um demônio tão perigoso quanto ações imperialistas dos Estados Unidos pelo mundo). Durante toda a sua vida misturou religião com política e preferiu usar os meios que deu ao adversário a oportunidade de pintá-lo como um fanático religioso e não um revolucionário. Azar o dele!

Em 2010 conheci um turco que era mulçumano. Na verdade os turcos são bem mais progressistas no que diz respeito a religião islâmica, porém não deixam de ser nenhum pouco tementes à Deus. Fazem as suas orações diárias, frequentam as mesquitas e, quando podem, vão à Meca. Conversamos muito sobre o Islamismo, visitamos várias mesquitas e descobri que não precisava ter mais medo de homens barbudos com turbantes, a não ser aqueles que portam um fuzil.