quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O BURACO NEGRO NA EDUCAÇÃO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

Apesar de ter perdido o status de capital federal do país na década de 60, a "Cidade Maravilhosa" (como o Rio de Janeiro é carinhosamente conhecido pelos brasileiros) continuou durante ainda algum tempo com o mérito de mais importante centro cultural e político. Nesse contexto, não podemos excluir a formação cultural desse povo que esteve sempre a frente nas lutas pelas transformações sociais e pela busca da democracia. Quantos estudantes estiveram nas ruas da cidade (manchando-as até mesmo com sangue) repudiando o golpe militar de 1964? No histórico comício das "Diretas Já" na década de 80? E os "Caras Pintadas"? Nossa!!! Como a escola tinha uma importância na formação de opiniões!!! Lembro no meu tempo de estudante que participar do Grêmio Estudantil era o máximo. Na universidade fui presidente do Diretório Acadêmico do curso de Geografia na UFF durante dois anos seguidos. Como a política fazia parte de nossas vidas.




Além dessa importância na formação política do cidadão, a escola também exercia um papel fundamental na formação cultural de seus alunos. O gosto pela música, pelo cinema, pelas artes começava nos bancos escolares. Tempos em que a classe média não tinha dúvidas em matricular seus filhos na escola pública.

Os anos se passaram e os governos trataram de degradar o ensino público. As escolas passaram a ser tubos de ensaios para politicagem, utilizando como pano de fundo teorias educacionais que acabaram levando a seguinte equação: o professor finge que ensina = o aluno finge que aprende. Abominável!!

Hoje a rede de escolas do município se depara com um grande buraco negro. Alunos que chegam ao 6º ano do ensino fundamental sem o conhecimento da leitura e da escrita. São os chamados "Analfabetos Funcionais". Abominável!! Outra bolha está para estourar no 9º ano da mesma rede, jà que esses alunos não ficaram retidos em anos anteriores por conta do sistema de ciclos de formação implantado por governos anteriores. Não temos certeza do que vai acontecer na Prova Brasil, apesar dos esforços heróicos da atual secretária de educação, Profª Claudia Costin.

Tenho saudades da escola do meu tempo, que não lembro se era consrtutivista, positivista, flamenguista... Mas trago comigo até hoje recordações de um lugar onde as idéias saltitavam como milho de pipoca, onde as pessoas percebiam os seus limites, onde as cabeças descobriam o pensar.

E hoje? Que "cabeças" estamos formando? Qual o papel da escola pública no contexto atual? Como poderemos resgatar o tempo perdido?

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